Dislipidemia: que “bicho” é esse? O que eu faço com isso?

Pelo nome, parece ser algo complicado e difícil de entender, mas é simples.

– Eu explico: A dislipidemia é definida basicamente pelo aumento, anormal, dos lipídeos (gorduras) no sangue. Ou seja, quando o médico olha o exame de sangue e diz: “Éeee, seu colesterol e/ou triglicérides estão alterados, viu?”

Mas antes de continuar falando sobre dislipidemia, preciso explicar que o colesterol não é o “vilão” que muitos pensam. Em níveis adequados o colesterol tem funções importantes no nosso corpo. Por exemplo: participar da produção de hormônios, da vitamina D, dos ácidos biliares, e ainda formar as estruturas das nossas células. Então, adiantando a boa e velha dica principal: ‘os grandes “vilões”, são, na realidade, os maus hábitos de vida!’

Dito isso, existem dois tipos de dislipidemia: ‘as de causas primárias’ ou ‘genéticas’. Exemplo: aquela pessoa que é magrinha e tem hábitos saudáveis, mas tem o colesterol alto, caracteriza causa primária. Já as de causas secundárias podem ser decorrentes de diabetes, obesidade, problemas na tireoide, problemas renais, o uso de certos medicamentos, sedentarismo e alimentação desbalanceada.

A dislipidemia representa sério risco à saúde, pois causa aterosclerose -outro nome esquisito. A aterosclerose é uma doença inflamatória, onde ocorre uma agressão frequente no interior das artérias e vasos sanguíneos levando à formação de placas que vão crescendo; e com o tempo essas placas reduzem a passagem do sangue, causando o aumento da pressão arterial; e quando essa passagem é bloqueada ocorrem doenças cardiovasculares como trombose, infarto e derrame cerebral. – As doenças cardiovasculares tem sido o maior problema de saúde pública dos últimos tempos. Foram mais de 368 mil vítimas no Brasil esse ano (2019).

E você deve estar se perguntando: “Tá nutri, mas como lidar com isso na prática?”

Bom, se você tem dislipidemia ou quer se prevenir deste mal, adote um estilo de vida saudável o quanto antes; começando por uma alimentação rica em frutas (em geral), frutas vermelhas (riquíssimas em antioxidantes como a acerola, uva, jabuticaba, amora, romã, açaí puro sem xarope e outras); verduras, legumes, grãos e cereais integrais (farelo de aveia), fitosteróis (tem no abacate), ômega 3 (encontrado na sardinha), gordura monoinsaturada (o azeite de oliva extravirgem possui), beterraba (produz óxido nítrico e melhora a circulação).

Evite produtos alimentícios processados e ultraprocessados, carboidratos simples, adoçantes, excesso de gordura animal, frituras, e reduza o consumo de sal. Mantenha o peso adequado, fuja do estresse praticando atividades físicas -que combinem com você- e preserve as horas necessárias de sono. Pare e respire lenta e profundamente. Medite. Parece bobagem, mas faz uma grande diferença! Faça controle regular da glicemia e da pressão arterial, além dos exames periódicos. E se você usa medicamentos, não deixe de tomá-los nos horários certos.

Cuide-se. Cuide do templo do Espírito Santo!