Olá, preciosos!
Saudações, saúde!
É um belo momento para aproveitar que estamos acordados e atentos e falar de um assunto bem importante, o sono. Que tal dialogarmos um pouquinho sobre essa condição inevitável do ser humano?!
Como este é um tema amplo, e queremos conversar de forma objetiva, mas sem tirar a essência do assunto, vamos dividir os textos em 3 partes.
Vamos lá?
Parte I – Em dia, ou no escuro?
Quando discutimos sobre o sono, automaticamente lembramos da privação do mesmo, o que traz grandes malefícios para saúde humana, quando isso ocorre frequente e consequentemente.
Dados de 2013, pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nos mostra que onze milhões de brasileiros apontam dificuldades de dormir (iniciar e manter o sono).
Seguindo, em outros dados pesquisados, 33% da população sofre de um transtorno do sono bem significativo com sequelas destacadas, onde o segundo maior causador desse incômodo é a Apneia Obstrutiva do Sono.
Rapidamente esclarecendo, a Apneia Obstrutiva do Sono é uma condição originada da flacidez do trato orofaríngeo que reduz o fluxo de oxigênio, desencadeando em micro parada respiratória e com sérios problemas ao longo prazo, quando não tratado. Alterações cognitivas importantes, como prejuízo na memória e atenção ao longo prazo, culminando para quadro demenciais, são resultantes deste quadro.
(Sintomas ou aparências constatados aqui não são para provocar alardes, por isso, os médicos sempre devem ser consultados – evitem, dentro do possível, encontrar respostas por si mesmo, ou pesquisar rapidamente em ‘buscadores’ na internet respostas prontas).
Outro dado que nos chama a atenção é a presença da insônia – que conforme o DSM 5*, insônia é a insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono e queixas de dificuldades para iniciar ou manter o sono – que não é muito diagnosticada por profissionais de saúde (pelas pessoas não procurarem tal auxílio).
É o primeiro transtorno no ranking de dificuldades para dormir. E isto não é uma característica apenas em nosso país, no mundo se repete o mesmo dado.
Pasmem, a insônia ocorre em crianças pequenas e já foi identificado até em bebês e crianças em idade escolar. Nos idosos, a insônia representa em torno de 70%, com certo destaque ao despertar precoce (acordar mais cedo sem motivo).
Logo, este é um ótimo assunto que nos diz respeito, não é mesmo?
A insônia aparece tanto como quadro principal, como sintomas de transtorno do sono. Sabe-se sobre ela, que há uma relação muito grande com o ambiente familiar e hábitos de vida, pelo menos.
Entre outros transtornos (comportamentais) do sono, também há parassomia (atos episódicos não desejáveis ou desagradáveis que ocorrem no início, durante e despertar do sono), terrores noturnos, sonambulismo e mesmo o falar dormindo.
Ou seja, a prevalência dos transtornos de sono é presente e nem sempre temos a noção, ou a clareza, que isso ocorre em nosso meio.
A privação de sono está bem relacionada, também, a duas situações de dispendiosos impactos: obesidade e risco de doenças cardíacas. Estas duas condições vulneráveis de saúde são dados de pesquisas sérias e bem controladas. Abordaremos com mais detalhes estes dois aspectos adiante.
Diante também de inúmeras pesquisas, os estudiosos relacionam duas esferas que se interligam neste assunto do sono: a saúde mental e a alteração do sono. E que relação!!!
Não podemos esquecer o enorme efeito desta última crise sanitária (Covid19) na qualidade de vida das pessoas: aumento da latência do sono (tempo entre o deitar na cama e começar a adormecer), baixa adesão às medidas de alimentação saudável, redução de exercícios físicos, crescimento do uso da rede social excessiva, a ausência de rotina cuidadosa no cotidiano e altas taxas de estresse pessoal e coletivo.
As consequências são inevitáveis: no trânsito; quanto pior a qualidade de sono, maior a sonolência e desatenção (há dados de profissionais que trabalham como motoristas já terem dormido ao volante enquanto dirigiam). No trabalho, os números não são pequenos quando relacionamos à sonolência, advinda da alteração do sono, de acidentes de grandes proporções (funcionários trabalhando em excesso e operando máquinas pesadas ou precisas).
Os custos vinculados às alterações do sono são estrondosos! Pessoas se afastam dos seus empregos, por exemplo, por padecer pelo transtorno do sono. Ou seja, é um assunto super importante que necessita ser conhecido, estudado e de constante cuidado!
E saiba que nosso país é um dos destaques de duração do sono encurtado (dormir pouco).
Façamos, agora, uma pequena pausa para refletirmos o que lemos até aqui em nosso diálogo de hoje. Continuaremos a conversar depois.
Até breve, e não cochile neste assunto!
(*)DSM 5 – Manual de Diagnóstico e Estatístico Mentais: uma referência no meio médico e saúde que cataloga, esclarece e cuida das comorbidades das pessoas.