Você Se Preocupa Com Os Agrotóxicos No Prato?

Para trocar a preocupação pela ação, entenda um pouco mais sobre o assunto.
Agrotóxicos, defensivos agrícolas, agroquímicos, pesticidas e outros termos, são nomes dados aos produtos químicos utilizados para prevenir, controlar e eliminar pragas/doenças da vegetação.
O uso de defensivos agrícolas em grandes proporções, como já vimos, teve início durante a Revolução Verde Sul-Americana, por volta da década de 50, com o objetivo de modernizar a agricultura e aumentar a produção de alimentos mundialmente.
Apoiada por políticas públicas, a evolução das lavouras ganhou força no Brasil em 1970, transformando o país no maior exportador agrícola do mundo nos dias atuais.
Acontece que para produzir tanta comida assim, 550 mil toneladas de agrotóxicos foram comercializadas no Brasil somente em 2018, de acordo com o último relatório do IBAMA. Para exemplificar, 550 mil toneladas corresponderiam ao peso de aproximadamente 11 navios Titanic. — Isso é muito veneno!
A preocupação com os pesticidas é antiga e justa, pois esses produtos tóxicos degradam a saúde humana, a vida animal e o meio ambiente através da contaminação invisível dos alimentos, das águas, do solo, do subsolo e do ar.
Nos humanos, a exposição aos agrotóxicos pode causar, em médio e longo prazo, desde alergias, problemas respiratórios, mau funcionamento da tireóide, da próstata, dos ovários, do fígado e dos rins; incapacidade de gerar filhos, abortos; insônia; problemas de memória, malformações e problemas no desenvolvimento infantil, e até câncer.
Os grupos mais vulneráveis a esses efeitos são os trabalhadores agrícolas, as crianças, as mulheres em idade reprodutiva, as gestantes, as mulheres que amamentam, as pessoas com problemas genéticos e os idosos.
Assim, para avaliar os níveis de resíduos de agroquímicos que chegam à nossa mesa, o PARA, um programa da ANVISA, analisou alimentos inteiros (cascas e polpas) de todos os estados brasileiros como: abacaxi, goiaba, laranja, manga, uva, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, pimentão e tomate.
O último relatório do PARA (2018) concluiu que quase 25%, ou seja, a quarta parte do total das amostras de alimentos investigados continham resíduos de venenos, principalmente o carbofurano que foi proibido por lei em 2017. A laranja foi apontada como o alimento com o maior potencial de risco agudo à saúde, isto é, se for ingerida em grande quantidade, leva à contaminação por pesticida.
Por fim, o relatório mostrou também que o abacaxi, o arroz, a uva, a manga e a laranja podem receber até 243 agrotóxicos diferentes, seguidos pelo tomate, pimentão e cenoura que podem receber até 195 tipos de defensivos. Imagine só!
E agora? Para ter uma alimentação saudável é preciso comer legumes, verduras e frutas! Tem solução?
Primeiro, é importante compreender que ainda não existem produtos ou meios capazes de removerem agrotóxicos do interior dos alimentos.
Segundo, não existe uma maneira fácil de resolver a questão, pois infelizmente ainda estamos à mercê do agronegócio. Entretanto, existem possibilidades de reduzir e até eliminar o impacto desses venenos na saúde.
A ANVISA orienta:
- Retirar as cascas, as folhas e lavar os alimentos em água corrente, com uma escovinha (separada apenas para esse fim), ajudando pelo menos a reduzir os resíduos tóxicos na parte externa do alimento.
- Consumir alimentos da época, que, geralmente, recebem menor carga de pesticidas.
— Eu, como nutricionista, vou mais adiante:
Todos devem buscar informações sobre agricultura biodinâmica e orgânica. Essa é uma alternativa de cultivo sustentável, sem uso de agrotóxicos e fertilizantes, produzindo o alimento “limpo”, com todo o seu potencial nutritivo. Alimentos biodinâmicos e orgânicos são diferentes, mas esse é um assunto para outro post.
Esses alimentos são mais caros? Depende do ponto de vista.
Se a prioridade for comer sem veneno agrícola, é possível remanejar os gastos e o alimento “limpo” sairá barato, levando em consideração seus benefícios para a saúde.
Além disso, a lei da oferta e da procura confirma que quando a procura por certo alimento aumenta, certamente os preços caem! Por que os ultraprocessados são mais baratos que os alimentos saudáveis? Porque, lamentavelmente, ainda são muito procurados!
- É necessário valorizar a colheita daquele pequeno produtor que vende na feirinha do bairro! Isso traz benefícios à saúde e incentivo a agricultura familiar.
- É possível cultivar especiarias, ervas medicinais, verduras e até mesmo frutas em pequenos espaços, em casa ou no apartamento. Existem muitas informações sobre isso na internet, pois essa prática está crescendo cada vez mais. Se o gengibre, a cebolinha, a alface ou qualquer outro alimento sair direto da sua mini-horta para o seu prato, sem dúvida você estará ganhando autonomia alimentar e qualidade de vida. A grande chave é a conscientização!
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Que Deus continue abençoando os irmãos!